NOSSA SENHORA DA CONCEIÇÃO APARECIDA, BRASIL (1717)
"Me disseram porém que eu viesse aqui / Pra pedir de romaria e prece / Paz nos desaventos /Como eu não sei rezar, só queria mostrar / Meu olhar, meu olhar, meu olhar". — Romaria, música e letra de Renato Teixeira.
A pesca milagrosa
Essa intervenção deu-se nas águas do rio Paraíba, que nasce em São Paulo e deságua no litoral fluminense, tendo como protagonistas os pescadores Domingos Garcia, Felipe Pedroso e João Alves.
Homens simples e solícitos estavam eles ocupados no nobre encargo recebido de garantir o almoço do conde de Assumar, D. Pedro de Almeida e Portugal, então governador da província de São Paulo, que se encontrava em visita a Vila de Guaratinguetá.
Na tentativa de levar a bom termo aquela missão, os humildes pescadores passaram a noite lançando e recolhendo suas redes, mas sem nenhum êxito. Já rompia o dia quando subiam o rio e, teimosamente, lançaram as redes pela última vez. Estavam próximos ao porto de Itaguaçu.
Foi então que aconteceu o inesperado. Ao recolherem as redes encontraram o corpo de uma imagem da Santíssima Virgem. A imagem estava quebrada, faltava-lhe a cabeça. Na segunda tentativa, para surpresa geral, recolheram a cabeça da pequena escultura. Num claro sinal sobrenatural, em tudo semelhante aos tempos da Boa Nova e das pescas milagrosas no mar da Galileia, a partir daquele exato momento, os peixes começaram a se aglomerar ao redor do barco.
A Virgem negra
Desafiando assim as leis da física e das probabilidades, a linda imagem escura da Imaculada Conceição, encontrada de forma tão insólita, fora esculpida em terracota pelo monge beneditino Frei Agostinho de Jesus.
Suas feições eram delicadas e os lábios sorridentes. Possuía 39 centímetros de comprimento, pesando um pouco mais de quatro quilos. Com essas características era encontrada a Senhora "Aparecida", que surgia num véu de espumas das águas barrentas do Rio Paraíba.
Desde o princípio, fica claro que seu achado remonta-nos à singeleza e ao simbolismo evangélico da pesca milagrosa, narrada por João em seu Evangelho (Jo, 21,1-14), quando o Senhor sugere aos pescadores que lancem as redes para a extremidade oposta do barco.
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